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Iniciativa da Fundação SOS Mata Atlântica reúne universidades e centros de pesquisa para ampliar o conhecimento sobre os impactos ambientais e propor soluções para reduzir a poluição na bacia hidrográfica

Por SOS Mata Atlântica | Entre os dias 9 a 13 de junho, uma expedição científica percorreu o rio Tietê da nascente à foz, reunindo pesquisadores de diversas universidades e instituições para coletar dados sobre a qualidade da água, a presença de microplásticos, pesticidas, fármacos e o impacto da poluição nos ecossistemas aquáticos. 

A ação é realizada em parceria com cientistas e pesquisadores da Universidade Federal do ABC (UFABC), da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (CENA/USP), da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), além de integrantes do Projeto IPH (Índice de Poluentes Hídricos).

O objetivo é identificar os pontos mais críticos ao longo do curso do rio e contribuir com o desenvolvimento de políticas públicas voltadas à recuperação da bacia hidrográfica. Além das análises físico-químicas e microbiológicas, também será investigada a emissão de gases de efeito estufa – como o CO₂, associado à degradação da matéria orgânica nos rios. A iniciativa busca compreender as relações entre poluição, uso do solo, ausência de saneamento e os efeitos cumulativos da degradação ambiental na bacia do Tietê.

“O monitoramento contínuo tem um papel essencial para engajar a sociedade e manter o tema da água limpa na agenda pública. Mas só isso não é suficiente. O que temos visto ao longo dos anos é que, sem políticas públicas bem estruturadas, investimentos em saneamento e fiscalização eficaz, a qualidade dos nossos rios segue estagnada ou em retrocesso. Com a expedição, unimos a força da sociedade civil ao conhecimento acadêmico para ampliar esse diagnóstico e pressionar por ações concretas que revertam esse cenário”, afirma o geógrafo Gustavo Veronesi, coordenador da causa Água Limpa da SOS Mata Atlântica.

A expedição passará por 15 municípios do estado de São Paulo ao longo de cinco dias, incluindo ações educativas e de comunicação ao longo do percurso. A jornada começa em Salesópolis, onde o rio nasce, e segue por Mogi das Cruzes e Guarulhos. Depois, vai a Osasco, Pirapora do Bom Jesus, Salto e Anhembi. No terceiro dia, o percurso continua por Botucatu, Barra Bonita e Bariri. No quarto, estão previstos pontos de coleta em Ibitinga, Promissão e Avanhandava. Por fim, a expedição encerra o trajeto em Pereira Barreto e Itapura, já na foz do Tietê, totalizando cerca de 1.030 quilômetros de rio monitorados.

Três décadas de compromisso com o Tietê

A relação da Fundação SOS Mata Atlântica com o rio Tietê é longa e simbólica. Em 1993, após o surgimento do “Projeto Tietê”, criado pelo governo estadual em resposta à pressão da sociedade por meio de um abaixo-assinado com mais de 1,2 milhão de assinaturas, a organização lançou um programa de monitoramento independente da qualidade da água: o Observando o Tietê. Três décadas depois, a iniciativa se expandiu e deu origem ao Observando os Rios, um dos maiores programas de ciência cidadã do país, que já mobilizou mais de 20 mil voluntários.

Utilizando uma metodologia própria para medir o Índice de Qualidade da Água (IQA), o programa acompanha, ano a ano, a chamada “mancha de poluição” do Tietê e promove engajamento comunitário em defesa da água limpa. A nova ação com universidades e centros de pesquisa, apresentada agora, inaugura uma frente complementar dentro dessa mesma causa, reforçando o compromisso histórico da SOS Mata Atlântica com a recuperação dos rios brasileiros.

“Há anos os trabalhos da SOS Mata Atlântica têm mostrado que a qualidade da água no Brasil depende de um esforço conjunto de monitoramento, educação ambiental e pressão por políticas públicas. Agora, ampliamos essa atuação em parceria com a comunidade científica”, completa Veronesi.

Os resultados da expedição serão compartilhados com a sociedade em 22 de setembro, Dia do Rio Tietê, e poderão contribuir para o planejamento da gestão hídrica em São Paulo.

Este texto foi originalmente publicado pelo SOS Mata Atlântica, de acordo com a licença CC BY-SA 4.0. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.


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